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Regiões Vitivinícolas de Portugal - ALGARVE

Os vinhos nesta região podem ter as seguintes:
- IG Algarve
(indicação geográfica protegida)
- DO Lagos
- DO Portimão
- DO Lagoa
- DO Tavira
(denominação de origem controlada / denominação de origem protegida)


A Denominação de Origem está dividida em sete Sub-Regiões:
(a Região do Algarve é composta por 4 Sub-Regiões)
1. Lagos
2. Portimão
3. Lagoa
4. Tavira


Há numerosas referências comprovativas da tradição e importância da vinha no Algarve, bem como do papel de relevo que o vinho ali produzido desempenhou nas trocas comerciais durante as Idades Média e Moderna.

Durante a ocupação muçulmana do Algarve, cultivava-se a vinha em grandes quantidades. Como a religião muçulmana não permite a ingestão de álcool, o vinho produzido servia como moeda de troca para a aquisição de outros produtos. Depois da reconquista do Algarve, os cristãos aproveitaram a organização económica deixada pelos muçulmanos.

No extremo Sul de Portugal Continental, o Algarve é uma zona bem definida, um compartimento com feições características, conferidas pela proximidade do mar, pelo clima, pela vegetação natural e pela cultura marcada pela longa ocupação árabe.

Esta região encontra-se separada da planície alentejana por uma cadeia montanhosa quase ininterrupta que percorre a região desde a fronteira espanhola até à costa atlântica.


A localização meridional e a protecção assegurada pela barreira montanhosa contra os ventos frios do Norte e a exposição em anfiteatro virado ao Sul, fazem com que o clima seja acentuadamente mediterrânico: quente, seco, pouco ventoso, amplitudes térmicas muito reduzidas e com uma média de insolação acima das 3000 horas de sol por ano.
O clima mediterrânico diferencia-se entre a costa a leste de Faro, o sotavento, mais quente e de forte influência mediterrânica, e a costa a oeste de Faro, o Barlavento, mais fresca, húmida e temperada.

Os solos são litólicos, não húmicos, de arenitos, grés de Silves ou afins, regossolos psamíticos, solos mediterrânicos vermelhos ou amarelos de arenitos e de rañas, podzóis e aluviossolos. São, portanto, essencialmente heterogéneos, dividindo-se por entre zonas de predominância arenosa, argilosa, calcária, grés e litólicos, com raras zonas xistosas nas encostas das serras.

Dada a tipicidade que as condições edafo-climáticas conferem aos vinhos, existem no Algarve quatro Denominações de Origem Controlada para os VQPRD "Lagos", "Portimão", "Lagoa" e "Tavira".

DO LAGOS
A área geográfica abrange os concelhos de Aljezur (parte das freguesias do mesmo nome, Bordeira e Odeceixe), Vila do Bispo (as freguesias de Raposeira, Sagres e Vila do Bispo e parte das freguesias de Barão de São Miguel e Budens) e Lagos (freguesias de Luz, Santa Maria e São Sebastião e parte das freguesias de Barão de São João, Bensafrim e Odiáxere).
Castas tintas recomendadas: Negra Mole, Trincadeira e Castelão, no conjunto ou em separado, com um mínimo de encepamente de 70%; Alicante Bouchet, Aragonez, Bastardo, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional.
Castas brancas recomendadas: Arinto, Malvasia Fina e Síria, no conjunto ou em separado, com um mínimo de 70% de encepamento; Manteúdo, Moscatel Graúdo e Perrum.

DO PORTIMÃO
A área geográfica abrange o concelho de Portimão (freguesia de Alvar e parte das freguesias da Mexilhoeira Grande e Portimão).
Castas tintas recomendadas: Negra Mole, Trincadeira e Castelão, no conjunto ou separadamente, com um mínimo de 70% de encepamento; Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Monvedro, Syrah e Touriga Nacional.
Castas brancas recomendadas: Siria (Roupeiro) e Arinto, com um mínimo de 70% de encepamento; Manteúdo, Moscatel Graúdo, Perrum e Rabo-de-Ovelha.


DO LAGOA
A área geográfica abrange os concelho de Albufeira, Lagoa e Loulé (freguesias de Almansil, Boliqueime, Quarteira, São Clemente e São Sebastião e parte das freguesias de Alte, Querença e Salir) e Silves, as (freguesias de Alcantarilha, Armação de Pêra e parte das freguesias de São Bartolomeu de Messines e Silves).
Castas tintas recomendas: Negra Mole e Trincadeira, no conjunto ou em separado, com um mínimo de 70% do encepamento. Alicante-Bouschet, Aragonez, Cabernet-Sauvignon, Castelão, Monvedro, Moreto, Syrah, Touriga Franca e Touriga Nacional.
Castas brancas recomendadas: Síria (Roupeiro) e Arinto, com um mínimo de 70% de encepamento; Manteúdo, Moscatel Graúdo, Perrum, Rabo-de-Ovelha, Sauvignon.

DO TAVIRA
A área geográfica abrange os concelhos de Faro, Olhão, São Brás de Alportel (parte da freguesia do mesmo nome), Castro Marim (parte da freguesia do mesmo nome), Tavira (freguesias da Luz e Santiago e parte das freguesias de Conceição, Santa Catarina, Santa Marta e Santo Estêvão) e Vila Real de Santo António (a freguesia de Vila Nova da Cacela).
Castas tintas recomendadas: Negra Mole, Castelão e Trincadeira, em conjunto ou em separado, com um mínimo de 70% de encepamento; Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Syrah e Touriga Nacional.
Castas brancas recomendadas: Síria e Arinto, com um mínimo de 70% de encepamento; Diagalves, Manteúdo, Moscatel Graúdo e Tamarez.



O Vinho Regional ‘'Algarve'' produz-se em toda a Região do Algarve.

Castas tintas recomendadas: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Baga, Bastardo, Cabernet Sauvignon, Caladoc, Carignan, Castelão, Chambourcin, Cinsaut, Corropio, Grand-Noir, Grenache, Manteúdo-Preto, Merlot, Monvedro, Moreto, Moscatel-Galego Tinto, Negra Mole, Petit-Verdot, Pexem, Pinot-Noir, Syrah, Tannat, Tinta-Barroca, Tinta-Caiada, Tinta-Carvalha, Tinta-Miúda, Tinto-Cão, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira, Vinhão, Zinfandel, Gewurztraminer e Moscatel-Galego-Roxo.
Castas brancas recomendadas: Alicante Branco, Alvarinho, Antão-Vaz, Arinto, Bical, Chardonnay,Chasselas, Chenin, Códega do Larinho, Diagalves, Encruzado, Fernao Pires, Gouveio, Larião, Malvasia Fina, Malvasia Rei, Manteúdo, Moscatel Graúdo, Mourisco-Branco, Perrum, Rabigato, Rabo-de-Ovelha, Riesling, Sauvignon, Semillon, Sercial, Síria, Tália,Tamarez, Terrantez, Trincadeira-das-Pratas, Verdelho, Viognier e Viosinho.


As castas brancas maioritárias são o Arinto, Malvasia Fina, Manteúdo e Síria, enquanto nos tintos sobressaem as castas Castelão e Negra Mole.


Algarve também tem Tradição Vínica
Os primeiros ocupantes do Algarve foram comerciantes e intendentes do Estado que estabeleceram as suas colónias na costa.
Bons exemplos são os Fenícios e os Cartagineses que viveram durante muito tempo apenas dos recursos da costa algarvia.

Mas existe um facto muito importante na história do Algarve: os cinco séculos de ocupação Árabe, visíveis na arquitectura da região (chaminés trabalhadas e azulejos, por exemplo) e no nome de muitas regiões algarvias começadas com 'Al'.
O Algarve foi, em tempos, parte da província Romana da Lusitânia, passando mais tarde para a jurisdição dos Visigodos. A presença Romana deixou vestígios em Milreu, Faro, Boca do Rio e Vilamoura. Em 711, Tarik ibn Zyad passou o Estreito de Gibraltar e derrotou o rei dos Visigodos. Em 712 Abd Al-Aziz Ben Mussa conquistou o "Gharb Al Andaluz". Andaluz significava terra dos vândalos e Al-Gharb, o Oeste. Após muitas batalhas, o Algarve foi reclamado pelos Cristãos.
Desde 1249, e até à proclamação da República, os monarcas portugueses eram intitulados "Rei de Portugal e dos Algarves".

Também importante na história do Algarve foi a Era das Descobertas e o terramoto de 1755. O Algarve tornou-se muito mais importante durante as descobertas, sendo usado como um dos principais portos de partida. Os algarvios foram parte determinante das aventuras marítimas e da ocupação do território africano. O terramoto de 1755, cujo epicentro se situou muito perto de Lagos, destruiu grande parte do Algarve. Os tremores de destruição sentiram-se em todo o lado e levaram à perda de muitos edifícios importantes.
Mas nem isto parou os algarvios que, apesar de todas as adversidades, reconstruíram o Algarve e fizeram dele o que ele é hoje: uma maravilhosa estância de férias à beira-mar.

Para um estudo mais aprofundado sobre a história do vinho na região algarvia aconselha-se o livro A Vinha e o Vinho no Algarve - O renascer de uma velha tradição, coordenado por João Pedro Bernardes e Luís Filipe Oliveira, que têm por objectivo, resgatar a história esquecida da produção vitivinícola da região, ao mostrar o início da produção, em meados do início do século XX, até os dias de hoje.

















Fontes: IVV & WinesOf Portugal & vinhosdoalgarve.pt

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